15/04/2020 - 06h29
Casos recuperados do Corona Virus
O Ministério da Saúde revelou, pela primeira vez, dados sobre pacientes com coronavírus (Covid-19) que se recuperaram da doença. Segundo o secretário-executiv o, João Gabbardo dos Reis, até esta terça-feira (14/04), 14.026 pessoas já estavam curadas. O número, no entanto, pode ser ainda maior.
— Acho que é muito mais do que isso, porque tem subnotificação. Principalmente daqueles que passam pela doença e nem sabem — comentou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, citando também os pacientes que não apresentam nenhum sintoma e não são contabilizados na estatística.
Até a tarde desta terça, 25.262 pessoas tiveram seu contágio por coronavírus confirmado no Brasil. Se a taxa de letalidade chega a 6,1%, os curados representam 55% da população infectada — considerando apenas pessoas que foram testadas. Outros 9.704 pacientes estão internados e aguardam confirmação de exames para saber se estão livre do vírus, informou Gabbardo. No Rio Grande do Sul, até ontem, haviam sido confirmados 720 casos positivos, com, 18 mortes.

SUBNOTIFI CAÇÃO

Os registros oficiais de covid-19 no Brasil representam apenas 8% do número real de casos, de acordo com projeção do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS), da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), divulgados na segunda-feira (13/03). Os índices verdadeiros seriam até 12 vezes superiores ao divulgado pelo Ministério da Saúde e poderiam já estar beirando os 300 mil.
O percentual de notificações está ainda mais baixo do que a média nacional em São Paulo (6,5%) e no Rio de Janeiro (7,2%) - os dois estados que reúnem a grande maioria dos casos do novo coronavírus.
De acordo com a nota técnica, "o elevado grau de subnotificação pode sugerir uma falsa ideia de controle da doença e, consequentemente, levar ao declínio da implementação de ações de contenção, como o isolamento horizontal”.
O objetivo dos pesquisadores é, justamente, alertar para a importância da testagem em massa e do fornecimento de dados mais consistentes.
- O principal problema da subnotificação é que as pessoas que possuem o vírus, mas não foram testadas podem eventualmente ter um relaxamento maior no isolamento social. À medida que a subnotificação aumenta, um número maior de pessoas pode relaxar na questão do isolamento social e, com isso, aumentar as taxas de contágio da doença - afirmou o pesquisador do Nois Marcelo Prado, engenheiro da Biz Capital.
Além disso, explica, o conhecimento da real dimensão da epidemia é fundamental para as autoridades de saúde dimensionarem os equipamentos necessários (como leitos de UTI, ventiladores, entre outros) e implementarem políticas de isolamento mais eficientes, centradas nos locais de maior prevalência da epidemia.

Com informações da GaúchaZH e Portal R7





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